No âmbito das unidades curriculares "Introdução às Ciências Sociais" e "Seminário de Iniciação à Mediação e Formação e Laboratório Multimédia e Educação" decidimos fazer um breve studo dos Rituais de iniciação ás bebidas Alcoólicas.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Conclusão Proposta

De facto, o álcool tem vindo a tomar, na nossa sociedade, como que um lugar de pedestal. É lamentável toda esta realidade e toda esta situação. Mas, no fundo, aquilo que devemos perguntar a nós próprios é o porquê de tudo isto ter chegado a este ponto. É, de facto, necessário tanta lamentação? Penso que não. Até porque isto não nos leva a lugar nenhum.
Com toda esta pesquisa e baseados nas respostas dos inquéritos, entendemos que o álcool, para os jovens universitários, não é mais que uma simples forma de encarar e desfrutar da vida, não passando sequer por ser um problema. Muitos são aqueles que ingerem álcool em excesso passando até por sérios e graves problemas tais como a embriaguez, o coma alcoólico, o sexo desprotegido, entre outros. Um problema, mesmo depois de passar por ele? Não, nem de perto, nem de longe. Apenas um mero divertimento.
Todavia, poucos são aqueles que não ingerem este tipo de bebidas e, são estes mesmos, aqueles que encaram o álcool como um problema austero e deveras perigoso, dizendo mesmo que acham impertinente a figura de algumas pessoas ou até o facto de estragarem a noite aos seus amigos e companheiros e o facto de estragarem as suas próprias vidas à custa de uma loucura nocturna.
São estonteantes os conceitos que alguns jovens possuem acerca das bebidas alcoólicas. São estonteantes as vezes que alguns destes ingerem bebidas alcoólicas. É estonteante a idade com que muitos iniciam o consumo, quando nos referimos a pessoas que iniciaram aos 11 anos de idade.
No entanto, é necessário acrescentar que nos referimos a jovens universitários. Partimos do princípio que são fortemente informados e bombardeados com os ditos problemas do álcool mas, depois de tanta pesquisa, depois de tantas perguntas, depois de tantas experiências ouvidas, depois de tanta informação lida, perguntamos o porquê destes jovens continuarem com o consumo exagerado desta bebida. Poucas e vazias foram as respostas, de entre as quais destacamos: “Porque me dá prazer.”; “Mesmo sabendo os efeitos do álcool continuo a ingeri-lo porque gosto de me sentir livre, de me sentir alegre.”; “Porque gosto de arriscar.”; “Bebo, mas nunca exagero, por isso não tenho de me preocupar com os efeitos mais perigosos.”; “Porque a minha intenção não é embriagar-me, mas sim desfrutar do prazer de beber em pouca quantidade.”; “Perco a noção da quantidade e cada vez bebo mais, talvez para descomprimir.”. Mas muitas foram as pausas, os pensamentos, as levitações.
A título de conclusão, o álcool é um vício, um passatempo e até mesmo um jogo para a maioria dos jovens universitários, onde não interessam os efeitos primários nem os efeitos secundários, onde as regras são impostas por quem bebe mais – o dito comandante da trupe – acabando por desrespeitar quem os rodeia e até mesmo quem faz parte do mesmo meio social.
No fundo acaba por ser mesmo um ritual – conjunto de actos formalizados, expressivos, portadores de uma dimensão simbólica, caracterizado por uma configuração espaço-temporal específica, pelo recurso a uma série de objectos, por sistemas de linguagens e comportamentos específicos e por signos emblemáticos cujo sentido codificado constitui um dos bens comuns do grupo – segundo Martine Segalen.

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